Você certamente já deve saber sobre a tecnologia de impressão 3D em alimentos, não é?
Ela parece ter ficado esquecida, relegada a segundo plano porque os primeiros modelos não eram muito bons. A boa notícia é que ela estão evoluindo!
É possível encontrar sorvete e até mesmo queijo feito em impressora 3D.
Alimento feito em impressora 3D?
De forma bem simples e resumida, os alimentos impressos em 3D consistem em comidas preparadas por meio do processo automatizado e aditivo de impressão 3D.
A diferença é que os alimentos impressos em 3D são mais complexos, com “cartuchos” de alimentos pastosos, a impressão acontece camada por camada.
A indústria láctea sai na frente
O queijo impresso em 3D foi um dos primeiros alimentos a dar certo.
E por que isso é uma novidade? Bom, porque a impressão 3D de alimentos normalmente requer alta temperatura ou aditivos. Porém, esses métodos de alta temperatura não são adequados para impressão 3D de alimentos como o leite. O leite é rico em cálcio e proteínas, mas como esses nutrientes são sensíveis à temperatura, o leite não era adequado para impressão 3D.
Pesquisadores da Universidade de Tecnologia de Cingapura desenvolveram uma forma de possibilitar a impressão de laticínios em temperatura ambiente. O estudo utilizou uma técnica de impressão escrita com tinta direta com extrusão a frio de tinta láctea, feita de leite em pó e água. Basicamente significa que eles usaram uma maior concentração de leite em pó o que permitiu produzir as tintas lácteas que abastecem os cartuchos das impressoras 3D.
Queijo feito em impressora 3D
A tecnologia, desenvolvida pela Universidade de Wageningen, na Holanda, em parceria com a cooperativa FrieslandCampina, é carregada com caseinato de sódio, uma proteína líquida do leite, que solidifica ao sair da impressora.
Nos próximos anos espera-se imprimir queijos com características específicas como baixo teor de gorduras, por exemplo.
O maior desafio das impressoras de alimentos, porém, é gerar produtos que tenham alguma vantagem em relação aos já existentes no mercado. Já existem impressoras para as missões espaciais, onde o armazenamento de alimentos é crítico, porém o uso doméstico tem um público ainda maior e há poucas pesquisas sobre isso.
Também tem sorvete 3D
A história é a seguinte: 3 estudantes do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) pensaram: “e se conectássemos uma impressora 3D a uma máquina de sorvete?” O resultado foi uma engenhoca, mas que serviu como projeto de pós-graduação do trio.
Primeiro, eles precisaram imprimir o sorvete em um ambiente resfriado para que, é claro, ele não derretesse. Para isso, eles compraram um pequeno freezer e instalaram a impressora 3D dentro dele.
Além disso, os alunos também construíram um sistema de resfriamento usando nitrogênio líquido para fixar o sorvete no lugar enquanto ele era impresso através do bico da impressora 3D no formato desejado.
Um cheesecake 3D de sobremesa
Pesquisadores da Universidade de Columbia, nos EUA, criaram a impressora capaz de fazer cheesecake em uma impressora 3D. É um grande avanço porque, até então, a maioria dos alimentos impressos em 3D era feita com ingredientes crus, dizem os pesquisadores. São sete ingredientes: biscoito, manteiga de amendoim, Nutella, purê de banana, geleia de morango, geléia de cereja e glacê.
Deve ter ficado uma delícia, sim ou claro?
Impressão 3D de alimentos e upcycling
A impressão 3D de alimentos é uma das tecnologias novas que pode ser usada eficazmente para diminuir ou eliminar o desperdício de alimentos.
Primeiramente porque com a impressõa 3D o consumidor poderá imprimir apenas o que consumir, sem excedentes. Além disso, cientistas do mundo todo tem pesquisado formas de aliar o upcycling, por exemplo, à impressão 3D.
Recentemente, em um artigo da Science Direct pesquisadores mostraram os resultados do uso de sementes de jaca para produzir biscoitos em impressora 3D.
Nesse mesmo estudo, eles conseguiram produzir macarrão instantâneo impresso usando cascas de batata inglesa.
São inúmeras as possibilidades de ingredientes upcycled em impressoras 3D de alimentos.
Mas e você, o que acha dessa nova forma de fabricar alimentos?
Conta para gente aqui nos comentários.
PS: Artigo originalmente publicado na minha coluna na revista i9 Magazine em 06/06/2016. Editado, atualizado e publicado aqui em 04/01/2023.
Fontes: Builtin, Specialty Food, The Guardian, USA Today, CNN, CNET, Milk Genomics
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