Não, não é só impressão sua. O mundo coreano está cada vez mais presente na nossa cultura, desde as bandas como BTS até os grandes filmes, como Parasita, vencedor do Oscar de Melhor Filme em 2020.
E as comidas e bebidas também entram nessa lista, é claro. Talvez você conheça o ramen, versão coreana do lámen, ou quem sabe o kimchi? Mas e quanto a soju? Aposto que você nunca ouviu falar nessa bebida destilada mais consumida na Coréia, certo?
Não se preocupe, nesse artigo vamos te contar tudo sobre ela. Confira a seguir!
Especialidade coreana
Podemos dizer que cada um com seu preferido, os russos vão de vodka, os brasileiros preferem uma cervejinha e os franceses não abrem mão do vinho. Soju é isso para os coreanos, a bebida mais popular e a 1º opção sempre.
Aliás, a soju ultrapassou a vodka em 2012 e é, até hoje, o destilado mais vendido no mundo todo. Geralmente, ela é consumida na forma pura mesmo, o que é surpreendente já que seu teor alcoólico varia entre 17% e 45%, ou seja, é forte.
O mais interessante, talvez, é que os coreanos não costumam beber soju em festas ou bares. Por ter um gosto levemente adocicado, a bebida combina com a comida bem condimentada do país e quase sempre acompanha as refeições.
Origens no upcycling
Primeiramente, o ingrediente mais usado para fabricar soju é o arroz. Porém, falando um pouco em termos históricos, em 1965, o governo coreano proibiu a destilação do arroz para produzir soju, isso porque o grão estava em escassez no país.
Assim, produtores passaram a utilizar a palha do arroz e outros resíduos de grãos como o trigo e a cevada. Houve ainda quem escolhesse usar a batata doce como substituta e isso continua até hoje em algumas marcas.
Como beber soju?
Muitas pessoas comparam o consumo de soju com o do vinho, apesar do primeiro estar bem mais próximo da vodka.
Mas a semelhança aqui é que é importante sempre ter alimentos para acompanhar a bebida. Inclusive, na Coréia, há uma palavra específica para isso: “Anju” que significa comida especificamente feita para ser comida com o soju.
Além disso, há todo um ritual cultural por trás do consumo. Primeiro, você nunca deve servir sua própria dose de soju e também não deve beber sozinho. Para os coreanos, beber soju é algo a ser compartilhado em comunidade. Por fim, para a primeira dose, o membro mais velho do grupo é quem serve a bebida para os demais. Você também precisa pegar o copo com as duas mãos antes do primeiro gole.
Interessante como cada lugar tem suas tradições, não é?
E tem gosto de quê?
Os coreanos tem um ditado que talvez esclareça para você qual é o sabor do soju: “O soju tem o gosto da vida, um dia é amargo, um dia é doce, às vezes é simplesmente limpo e macio.”
Pegou a ideia?
A verdade é que o soju tem mais nuances, texturas e sabores que a vodka tradicional. Feita de arroz, pode conter também maçã, uva, a própria batata doce, etc. É uma bebida forte, mas sutil. Pode ser usada também para criar coquetéis.
Coquetéis de soju
Mencionamos essa ideia acima e, é claro, que vamos te dar alguns exemplos de como o soju pode ser usado para fazer drinks deliciosos e diferentes de tudo que você já provou.
O primeiro deles é feito de soju e iogurte.
E não se engane, não estamos falando de uma receita para se fazer em casa. Esse é um drink da marca coreana Yoju.
A marca usou a ideia de misturar soju com iogurte para tornar a bebida mais cremosa que traz mais equilíbrio para o teor alcoólico, se tornando uma ótima opção para quem prefere um sabor mais leve e suave.
A ideia também é que, com a adição do iogurte, o soju possa abrir portas para novos mercados que ainda não estão acostumados com a versão pura da bebida, como os consumidores estadunidenses, por exemplo.
Mas se você não se atraiu por essa opção, talvez goste mais desse coquetel que une soju com abacaxi e Gatorade.
Essa mistura viralizou no TikTok principalmente pela cor azul que vem do Gatorade sabor blueberry. A receita é muito fácil: adicione suco de abacaxi ao soju e Gatorade azul e está pronto.
O resultado é um drink cheio de sabores e super atrativo.
Marcas de soju para você conhecer
Como falamos agora há pouco, o mercado norte-americano é um que tem se aberto cada vez mais para a comercialização do soju.
Inclusive, já estão criando suas próprias marcas do destilado.
A Yobo Drinks é o primeiro nome de soju nos Estados Unidos. Originária na Califórnia, ela é feita com arroz, trigo e uvas. Além disso, ela também conta com uma nota de damascos e baunilha, o que confere um sabor adocicado para o soju da Yobo.
Além dessa opção, a Yobo também possui uma linha de coquetéis prontos em lata, chamada Hunni.
A linha Hunni é uma das mais ousadas em combinação de sabores, tendo opções de soju com pêssego e pimenta, uva e gengibre ou ainda pera e limão. Qual você escolheria para experimentar?
O diferencial desse soju em lata é que o teor alcóolico é bem menor, sendo de apenas 4%.
As mais populares na Coréia
Soju é uma bebida milenar na Coréia e, por isso, é lá que estão as marcas mais famosas e consolidadas.
A mais vendida no país é a Chamisul. Ela é feita de batata doce e uma mistura de grãos, na capital, Seul, é impossível encontrar um supermercado ou conveniência que não venda Chamisul. O sabor dela é um pouco amargo que combina perfeitamente com os snacks coreanos.
Para quem prefere uma versão mais suave, uma grande marca é a Chum Churum, nome que significa “como da primeira vez”. Ela é feita da forma mais tradicional, ou seja, com arroz e é consumida por mulheres e jovens, principalmente.
Por fim, podemos falar do soju mais vendido em Busan, chamado C1 Blue.
O C1 Blue é um dos mais suaves que existe. Aliás, ele é conhecido no país como a bebida que não dá ressaca. O diferencial é, talvez, o uso de água mineral no processo de fabricação.
Saideira
O que você achou do soju? Ficou com vontade de experimentar?
Assim como foi com o sakê, que hoje encontramos tranquilamente para comprar aqui no Brasil, acreditamos que, em breve, o soju também estará conquistando os consumidores brasileiros.
E, é claro, sendo uma bebida que pode usar o upcycling para reaproveitar resíduos de grãos usados na produção da cerveja, por exemplo.
Que tal dar uma chance para novos sabores orientais?
Fontes: Tasting Table, Vinepair, Food and Wine, TrendHunter
COMMENTS