Se você pensava que tilápia era apenas o peixe que gerava aquele filé para o seu jantar, está enganado. O peixe é versátil e há muita inovação com tilápia.
A tilápia (Oreochromis niloticus) é, atualmente, a espécie mais cultivada na aquicultura brasileira. O filé é o principal produto comercializado da espécie. O lado negativo é que cerca de metade do peixe vira resíduo e quase 10% despejado diretamente nos rios, criando impacto ambiental grave. O lado positivo é que tem muito a se fazer na inovação com tilápia:
Felizmente há novidades para o aproveitamento total do peixe:
Couro de tilápia
Mais uma inovação feminina, Marielle Philip abriu sua fábrica numa antiga fazenda de ostras na França para processar couro de peixe, dentre eles a tilápia. Ela e sua mãe fazem todo o processo de transformação da pele de peixe em couro sem usar produtos sintéticos e sem desperdício com fórmulas que elas próprias criaram aproveitando plantas daninhas da região. As escamas elas doam para designers de jóias e escolas de arte
Em 3 semanas obtem-se o produto final. A partir daí elas criam bolsas, cintos, sapatos até vestidos. Marielle tem planos maiores, ela espra ver o couro ecológico incorporado na indústria náutica principalmente para forros para barcos e interiores de iates de luxo.
Pele de tilápia no tratamento de queimaduras
Cientistas da Universidade Federal do Ceará estão utilizando pele de tilápia num tratamento inovador para queimaduras de pele de segundo e terceiro graus (as mais graves, onde há perda de tecido epitelial) como curativo.
Eles estudaram os tecidos do peixe e constataram que a tilápia tem uma maior quantidade de colágeno dos tipos 1 e 3, proteínas importante na cicatrização de queimaduras. A técnica se revelou menos dolorosa que os procedimentos atuais, pode acelerar a cura em vários dias e reduz a necessidade de analgésicos.
Antes da aplicação a pele é submetida a um tratamento de limpeza e radiação. O tecido possui prazo de validade de 2 anos e não tem cheiro. O método está aos poucos se expandindo para outros hospitais do país.
Sorvete de tilápia
Apesar da matéria-prima do produto, a criadora, professora Dana Vera Cruz, garante que o sorvete não tem cheiro nem sabor de peixe. A inovação filipina desenvolvida na Central Luzon State University ganhou o prêmio Innovation Gold Award 2016 para inovação em sabor no Salão Agroalimentar (SIAL) francês.
A linha inclui Original (com tilápias, nozes e queijos), Praliné (com flocos de tilápia), picolés e sanduiches de sorvete. Tudo feito com o peixe, leite condensado e creme de leite.
Ao comer um filé de tilápia, lembre-se que o peixe pode lhe oferecer muito mais do que isso!
PS: Artigo originalmente escrito em 03/06/2017 e publicado aqui em 29/09/2022.
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