O consumo de flores no Brasil segue em crescimento, com expectativa de crescimento de mais de 6% ao ano. Entretanto, flores colhidas estragam rapidamente. A boa notícia é que há oportunidades de upcycling floral e elas ainda tem muito potencial para crescer!
O mercado de flores brasileiro aumentou durante a pandemia, quando a procura despontou tanto no segmento fúnebre (infelizmente), quanto no doméstico, em que as pessoas buscavam ornamentar suas casas durante o período de confinamento. O resíduo de flores também pode gerar novos produtos de valor agregado. Sim, o upcycling floral é uma realidade! Conheça as iniciativas sustentáveis e lucrativas de quem já está investindo nisso:
Incenso
Flores estão sempre presentes em templos, mas na Índia isso é especialmente problemático, porque todos os anos milhões de toneladas de flores são deixadas como oferendas em templos e por motivos religiosos as oferendas não podem ser jogadas no lixo, então elas acabam nos rios. Frquentemente as flores contém pesticidas e metais tóxicos, contaminando a água.
A Phool, startup indiana, transforma flores de templo descartadas em incenso e outros produtos, gerando centenas de empregos para mais de 1200 mulheres locais, que coletam as flores, retiram as pétalas e separam por cor. As hastes são usadas para criar um composto que é vendido como um produto separado. As pétalas são secas, moídas e misturadas com água e óleos essenciais para criar uma argila, que é enrolada em bastões de incenso.
Papel
A DS Smith está testando uma variedade de materiais provenientes de resíduos agrícolas para desenvolver soluções upcycled. Com investimento de mais de 110 milhões de dólares, a empresa pretende tornar sua produção mais eficiente e circular. Esse novos materiais incluem margaridas, palha, cânhamo, cascas de cacau e algas marinhas.
Ainda que o papel seja uma alternativa ao plástico, ele não é livre de impacto ambiental. O uso de resíduos como fibra alternativa reduz impacto, pois não requer irrigação adicional e novas áreas de cultivo.
“Couro” vegano
Já falamos de alternativas veganas ao couro feitas de cogumelos aqui e frutas aqui, a novidade agora é o couro de flores. O pessoal da Phool observou que nas pilhas de flores não utilizadas para a produção dos incensos se formava uma camada branca semelhante a couro. A equipe descobriu o crescimento de um microrganismo que usava pétalas de flores como fonte nutricional e que esse “couro florido” contém quitina – um análogo do colágeno que proporciona durabilidade ao couro – tornando o material vegano um substituto viável para a pele animal.
A partir daí adaptaram o microrganismo para aumentar a espessura e resistência do material e melhorar sua textura e agora estão trabalhando num projeto piloto para produzir o Fleather, o couro de flores, com a PVH, empresa-mãe da Calvin Klein e Tommy Hilfiger.
Perfume
A marca francesa La Bouche Rouge investiu no upcycling floral com uma linha inteira de perfumes feitos com resíduos de flores coletadas após cerimônias religiosas, essência de cedro feita da serragem de uma fábrica de corte de madeira entre outros ingredientes upcycled. Todas as fragrâncias vêm em embalagem reciclada e têm sistema de refil.
Arranjos para asilos
No Brasil o Instituto Flor Gentil recebe doações de flores usados em casamentos e outras festas para preparar arranjos que são então doados a asilos, alegrando o dia dos idosos residentes.
E você, vai usar as flores só para embelezar o ambiente? Que tal investir nelas como matéria-prima para novos produtos?
Fontes: Springwise, Food Ingredients First, Veg News, Vegan First, BBC, Wallpaper, Vogue, Super Varejo
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