É praticamente impossível hoje em dia, quando lemos as notícias, não ver algo sobre as mudanças climáticas, aquecimento global, derretimento das geleiras e todos esses acontecimentos que podem ser um pouco assustadores. Mas, ao invés de nos desesperarmos, há quem já está buscando se adaptar aos problemas que, eventualmente, irão chegar. Uma dessas adaptações está acontecendo numa das atividades mais importantes para a sobrevivência humana, de onde tiramos nosso alimento: a agricultura. A ideia é tornar o sistema agrícola mais resiliente às mudanças climáticas.
E por que isso é importante? Bom, podemos usar como alerta o caso dos Estados Unidos, onde os incêndios decorrentes de ondas de calor já queimaram áreas cultivadas equivalentes a quase cinco vezes o tamanho de Nova York ou 362 mil hectares.
E a tendência é que esses eventos, infelizmente, se tornem cada vez mais recorrentes. Pragas, eventos extremos, doenças e pressões econômicas irão afetar cada vez mais a agricultura. Por isso é preciso fortalecer esse setor, tornando as plantas e alimentos, isto é, o sistema agrícola, mais resistentes e resilientes, sobretudo às mudanças climáticas.
A iniciativa no Brasil
Aliás, um exemplo dessa fortificação pode ser visto já no Brasil. Um projeto conduzido pelo Centro de Pesquisa em Genômica Aplicada às Mudanças Climáticas identificou fungos e bactérias presentes na cana-de-açúcar que favorecem o crescimento da planta e, em seguida, inseriram esses microrganismos em culturas de milho. O resultado foi milharais com maior tolerância à escassez de água e em um aumento da biomassa em até 3x. A maior parte dessa ação está concentrada no cerrado mineiro, região brasileira que passa por condições climáticas adversas.
A agricultura inteligente
Boa parte desse trabalho, que também recebe o nome de “climate-smart agriculture”. Ou seja, uma agricultura com inteligência climática, foca no pilar da agricultura: as sementes. Algumas das maneiras pelas quais isso é feito são: conservação da diversidade genética, trocas e bancos de sementes comunitários e, além disso, o melhoramento genético. Esse último visa desenvolver variedades que apresentem resistência a doenças, tolerância a estresses ambientais e maior produtividade.
Assim, passa a ser possível transformar os sistemas alimentares eficientes em termos de recursos e ambientalmente sustentáveis e resilientes, sendo uma oportunidade para transformação agrícola, a diversificação econômica sustentável e a minimização das emissões de gases de efeito estufa.
Fontes: Globo.com, Agência FAPESP, European Commission, Devex, AgriBusiness Global, Mold Magazine
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