Imagine uma fruta que torna os alimentos ácidos ou amargos em doces. Agora imagine um adoçante com esta mesma função. A fruta atende pelo nome de miraculina, ou a fruta do milagre. Ficou curioso? Então conheça aqui mais esta novidade.
A miraculina (Synsepalum dulcificum) é também conhecida por fruta do milagre graças à sua propriedade de “adoçar” os sabores azedos e amargos. Ela é originária do Oeste da África, tem o tamanho aproximado de uma uva e sabor levemente azedo. Seu efeito dura entre 30 minutos a 2 horas. Fique tranquilo, a fruta não altera o sabor dos alimentos, apenas neutraliza a acidez e amargor deles.
A fruta em si não é uma novidade, ela é apenas desconhecida fora do seu habitat original e isto está mudando devido a diversas empresas interessadas nas suas propriedades. Atualmente ela é vendida como suplemento dietético ou apenas como comprimido neutralizador de sabor ácido, o que por si só não possui grande utilidade. A miraculina é uma proteína que se liga aos receptores da língua fazendo com que os alimentos ingeridos depois dela sejam percebidos como doces.
Mas afinal, por que o adoçante de miraculina é tão pouco conhecido? Porque a substância é bastante cara, a planta demora a crescer e só 1 em 4 plantas produz o fruto. É aí que entra a startup norte americana MiraculeX. Seu fundador, o biólogo Alan Perlstein procurava algo que ajudasse sua avó, em tratamento contra o câncer, a apreciar o sabor da comida novamente, já que seu paladar ficou alterado devido aos efeitos da quimioterapia. Ele encontrou na fruta do milagre a solução e agora se dedica à sua produção.
Sua empresa insere o DNA da proteína em alfaces comuns, transformando-as em “fábricas de miraculina”. Em 1 semana os pés de alface hidropônicos são colhidos e então moídos, gerando o adoçante.
O preço ainda é alto, US$0,32 (R$1,00) por porção, mas a empresa espera diminuir esse custo nos próximos anos. Ainda no aguardo da aprovação do FDA, a MiraculeX prevê o início das vendas ainda neste ano por conta própria ou em parceria com a multinacional Nestlé. Já esperamos ansiosamente!
Referências: Business Insider Singapore, Diário de Biologia
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