A cannabis foi reconhecida como planta medicinal no Brasil somente agora, mas já é um mercado forte em diversos países. É um segmento tão promissor que o foco agora são os produtos premium. Será que teremos maconha de luxo como um item de grife?
No ano passado escrevi sobre o mercado alimentos de maconha (uma discussão e tanto, e você pode ler aqui). Na época o preconceito era ainda maior, mas 30 países já haviam descriminalizado seu uso sendo alguns estados dos EUA os mais recentes. E como eu disse lá no post, quanto mais países a legalizam, mais os demais tendem a seguir pelo mesmo caminho e como era de se esperar, o Brasil deu seu primeiro passo.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) incluiu a Cannabis Sativa L. na sua lista de Denominação Comum Brasileira. Isso significa que esta é uma substância reconhecida no país. O cultivo e uso não autorizado ainda é ilegal, mas já há medicamentos derivados.
Como o mercado de maconha e derivados já está bastante cheio, a tendência é a diferenciação. É aí que entra a maconha de luxo. Cápsulas para máquinas de café, pastilhas, vaporizadores e até cepas selecionadas de maconha embrulhada em folhas de ouro, para que a cannabis seja mais aceitável socialmente. O design elegante acompanha, para não destoar dos bolsos de um terno de grife, por exemplo.
Alguns chefs se especializaram em pratos com infusão de cannabis para clientes que sofrem de câncer, enxaquecas e cólicas menstruais. E há clubes para clientes selecionados e serviços de assinatura premium tal qual acontece com clubes de vinho. Aliás, vinho com cannabis também é outro produto high end disponível.
Para quem prefere ouvir um especialista, já tem “somelier de cannabis” e boutiques de luxo para comercializar os produtos. O jornal Oregon Live inclusive anunciou uma vaga de emprego para um “profissional cannabista” testar produtos e escrever resenhas sobre o assunto.
Os números do mercado são promissores, a projeção de faturamento é de US$21.8 bilhões no mundo até 2020. O segmento premium quer acabar com o estigma do usuário lesado sem atitude. Qual a sua opinião a respeito?
Referências: Revista Galileu, Stylus, CNBC, Food Navigator, Herb, Forbes, NY Times, The Dieline, Hypebeast, Elite Daily, Free the Essence, Elle, Vogue, Smoke Buddies, Trendhunter, Adweek
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