Desperdiçamos muita comida, agora a inovação com sobras alimentares dá novo fôlego para a indústria que lucra com o que antes ia para o lixo.
Não há consenso quanto ao tamanho do desperdício. Um novo estudo da Universidade de Minnesota argumenta que essas estimativas são imprecisas, incompletas, exageradas ou contraditórias. O que exatamente é “desperdício de alimentos”?
A afirmação de que desperdiçamos 40% da nossa comida, e que isso totaliza US$ 165 bilhões, provêm de dois estudos separados com metodologias diferentes. Esse valor considera apenas o despedício do varejo ou consumidor, porém as perdas antes disso, no transporte e processamento não estão computadas.
Fico com a definição da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação): desperdício de alimentos é qualquer caso em que alimentos “seguros e nutritivos” sejam descartados ou utilizados para fins não alimentares, em qualquer lugar da cadeia de abastecimento.
Apesar dos nossos melhores esforços, talvez nunca sejamos capazes de usar todos os alimentos que cultivamos. Mas precisamos nos esforçar para isso. No Eat Innovation esse tema já foi discutido diretamente em mais de 20 posts, mas o assunto é uma fonte de inovação inesgotável (veja todos aqui).
Cerca de um terço de cada colheita de uvas que viram vinho acabam na compostagem. Este gin usa uma segunda pressão para coletar o suco perdido das uvas, que é então fermentado e transformado em vinho inglês, usado como ingrediente central na bebida.
Knoedelkult
A startup alemã usa pão não vendido de padarias locais para fazer bolinhos não-perecíveis. A cada 3000 frascos de produto, a empresa evita que uma tonelada de pão vá para o lixo.
SecondsFirst
A SecondsFirst usa peixes rejeitados para produzir bolinhos nutritivos que são consumidos em lares de idosos e escolas.
Quem souber fazer inovação com sobras alimentares e aproveitar a oportunidade de aliar sustentabilidade e lucro estará fazendo bem ao bolso e ao planeta.
PS: Artigo originalmente escrito em 26/06/2017 e publicado aqui em 12/08/2022. Das empresas citadas acima, a Seconds First encerrou atividade.
Referências: Triple Pundit, Huffington Post, The New Food Economy, The Grocer, Trend Hunter, DW
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