Não leve gato por lebre: como não ser enganado

Não leve gato por lebre: como não ser enganado

Quem nunca se sentiu bobo por comprar aquela fruta linda e descobrir que não estava doce ou comer um delicioso bolinho de peixe que passa longe de ser bacalhau, que atire a primeira pedra. Apresentamos aqui inovações para você não ser enganado de novo.

Nos Estados Unidos, 30% do pescado comercializado no país contém informação errada no rótulo. No Brasil, diversos peixes foram vendidos como sendo bacalhau. É obrigatório informar a espécie do peixe, ocultar essa informação é fraude. Para o consumidor não ser enganado, pesquisadores da Universidade do Sul da Flórida desenvolveram o QuadPyredispositivo portátil que detecta a espécie do peixe que está no seu prato. O aparelho faz a análise da sequência do RNA da amostra e, por enquanto, mostra apenas se é garoupa (o peixe mais consumido na Flórida) ou não. Os resultados saem em quarenta minutos e a análise requer uma etapa intermediária para reagir a amostra, o que é demorado e complicado, mas ainda é mais simples, rápido e acessível que possuir um laboratório e realizar testes genéticos completos.

groupercheck consumidor não ser enganado

Já os químicos do MIT criaram sensores que detectam gases. Não necessitam de energia elétrica, requerem pouca manutenção, possuem custo acessível e se comunicam com smartphones e computadores. Os sensores foram feitos a partir de etiquetas RFID modificadas pela adição nano tubos de carbono programado para detectar uma determinada substância. Quando a substância está presente na amostra, a corrente elétrica do sensor se altera. A perspectiva é de que os sensores sejam utilizados para detectar alterações em alimentos. É possível detectar gases através de caixas ou até mesmo de paredes, caso os alimentos estejam estocados, prevenindo as pessoas da exposição às amostras possivelmente contaminadas.

etiquetas para não ser enganado

Em Tel Aviv a startup Consumer Physics lançou um dispositivo portátil capaz de decifrar a composição de diversos produtos como remédios, alimentos e plantas e disponibilizar o resultado em poucos segundos. Esse sensor molecular atende pelo nome de Scio. Apesar de parecer ficção científica, a técnica por trás do Scio é baseada em espectrometria de infravermelho próximo, bastante utilizada em laboratórios de todo o mundo. De forma resumida, a luz infravermelha possui energia para excitar moléculas da amostra fazendo as vibrar e refletir de maneira única. A luz refletida passa pelo espectômetro que separa os diferentes comprimentos de onda e por esta análise é possível determinar a composição do material em questão.

O Scio pode analisar uma vasta gama de produtos, exceto metais, então o potencial de mercado é enorme. Com ele pode-se verificar se a maçã no mercado está madura, quantas calorias tem no seu suco e até mesmo se o bar te vendeu uma bebida no lugar de outraA grande inovação nesse caso é a de fazer com que a tecnologia cara e restrita a laboratórios seja acessível à população. E claro, para você não ser mais enganado. E afinal, não deveria mesmo ser esse o objetivo da ciência?

scio

Referências: Digital TrendsGeekProtesteDigital Trends

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