Esqueça os protótipos frágeis, rudimentares, estamos falando de embalagens sustentáveis da nova geração, ecológicas sim, bonitas e funcionais também.
Meu primeiro contato com embalagens sustentáveis foi em 2010, ainda na universidade, quando eu e um colega desenvolvemos um sorbet de camu camu, queríamos uma embalagem tão inovadora quanto o produto. Ainda havia muito pouco naquela época. Em 2015, lá no início do blog, corri pra pesquisar mais sobre esse assunto e saiu esse post aqui sobre embalagens sustentáveis.
Já em 2016 fiz o post que foi um dos campeões de acessos no blog, sobre o plástico de leite (aqui) e mais um na i9 magazine da garrafa feita de algas (aqui), mas o assunto não esgotava, então escrevi um e-book só sobre bioplásticos alimentares.
Inovação é um tema que está em constante evolução, por isso já está na hora de trazer mais embalagens sustentáveis de novo. E como já disse antes, não é moda passageira. Esse segmento foi avaliado em quase 700 milhões de dólares e 2016 e estima atingir 1.1 bilhão em 2023. Atualização em 2024: esse mercado explodiu! Sério, em 2022 já estava avaliado em 11.5bi e deve atingir 27.3 bi até 2027. Alguma dúvida quanto à importância do tema?
Como as embalagens evoluíram até agora
Lembra da embalagem feita de cascas de camarão (aqui)? Ela voltou em versão antibacteriana, fortificada com zinco e extrato de sementes de grapefruit. O projeto da National University of Singapore conserva o alimento pelo dobro do tempo atual. Infelizmente ele ainda custa 30% mais que o plástico convencional, mas já seria útil pelo menos em produtos perecíveis de maior valor como carnes e pescado.
A cervejaria Carlsberg criou uma garrafa de fibra de madeira de reflorestamento em 2017. Em 2022 fez seu primeiro teste com consumidores em larga escala. A embalagem ainda não está sendo comercialiada, mas ao que tudo indica, já não falta muito para chegar ao mercado. É importante dizer que a empresa tem aprimorado não só a embalagem, mas também o produto, desde 2022 a empresa cevada cultivada com práticas de agricultura regenerativa, afinal, não é só a embalagem que precisa ser sustentável, mas sim o processo como um todo.
A Veuve Clicquot, produziu caixas upcycled para suas champagnes a partir de resíduos de peles de uva do próprio processo de vinificação da marca em 2015. As peles secas e moídas se tornam matéria-prima da produção de papel ecológico, economizando 25% da celulose virgem. A tinta da impressão do rótulo também é isenta de solvente.
E não para por aí, em 2022 a empresa substituiu sua caixa de presente de papel e papelão de fibra virgem por uma feita de 50% de papel reciclado e 50% de cânhamo – uma solução livre de árvores virgens que também é 12% mais leve que a embalagem anterior, reduzindo as emissões de carbono no transporte. O cânhamo absorve quatro vezes mais CO2 do que um hectare de floresta.
Tampas também merecem atenção
Já a agência holandesa Fitzroy investiu em rótulos para criar o seu. Sim, rótulos de garrafas de Coca-Cola descartadas são a base das tampas de seu rum, o Fitzroy Premium Navy Rum, e as garrafas são de vidro reciclado, claro. E não há caixa, a garrafa é embrulhada em papel e o rótulo é minimalista para que o consumidor possa reutilizar a garrafa como quiser quando a bebida acabar.
Se seu produto é sustentável, que tal repensar sua embalagem? E se essa embalagem for upcycled, melhor ainda!
PS: Artigo originalmente escrito em 16/06/2017. Editado, atualizado e publicado aqui em 10/01/2024.
Referências: Foodbev Media, The Dieline, Plastemart, Futurity, The Guardian, The Seattle Times, Open PR, Sat PR News, Carlsberg Group, LVMH, Pack World
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