Na Black Friday, que tal aproveitar a black food? Os alimentos pretos apareceram nas redes sociais com toda a força e conquistaram seu lugar nos cardápios.
Na Coreia do Sul, existe um feriado em homenagem à comida preta, o dia 14 de abril, marca o dia dos solteiros em que os adeptos se vestem de preto e consomem alimentos pretos. Já o Brasil importou a Black Friday americana que, aos poucos, está se firmando após anos de denúncias de fraudes. Depois dos alimentos azuis (como o vinho azul, a pipoca de milho azul e a batata azul), que tal aproveitar a onda black? Vamos então a outro tópico que segue em crescimento: a black food.
Já faz anos que as massas com tinta de lula têm destaque em cardápios pelo mundo, mas o carvão é a estrela dos alimentos pretos da atualidade. No auge da popularidade do Instagram, não basta postar comida bonita, é preciso chamar a atenção. Quer maneira mais bonita de se chamar atenção para o seu prato do que usando e abusando das cores?
É seguro? É saudável?
O carvão ativado é feito de maneira simples, geralmente com madeira aquecida em altas temperaturas até se formar o carvão que é então oxidado (que é o chamado processo de “ativação”). Isto torna a superficie do carvão porosa como uma esponja, que pode absorver diversas substâncias, por isso é utilizado em sistemas de filtragem de água, por exemplo.
Acredita-se que o consumo de carvão ativado seja saudável porque ele é usado em hospitais para tratar overdoses e envenanementos. Porém não há evidências científicas de algum efeito branqueador de dentes, redutor de flatulência e muito menos efeito detox.
Pior, a ingestão de carvão pode ainda inibir a absorção de medicamentos e vitaminas que sejam ingeridos em simultâneo. E se você tinha a esperança de curar a ressaca com ele, esqueça, ele não tem afinidade com álcool. Os efeitos do carvão estão limitados ao trato intestinal, ou seja, não desentoxica o seu corpo (para isso você possui fígado e rins, eles desentoxicam o seu organismo!).
O carvão está com os dias contados?
Em Nova York ele foi banido, o Departamento de Saúde proibiu seu uso em alimentos. Os donos de restaurantes da cidade protestaram, mas não se sabe se a probição durará muito tempo.
Enquanto a proibição não chega a outros lugares, na Indonésia, por exemplo, o “Kopi Joss” é servido com um carvão… aceso!
No Brasil a rede Bob’s lançou um sorvete (gelado, em Portugal) preto em homenagem à Black Friday, mas não revela o que dá a cor preta ao produto.
Fora o carvão, quais são as alternativas para os alimentos pretos?
Se você não quer consumir carvão, mas não abre mão de ter sua versão de comida gótica, há alternativas. A própria tinta de lula que menciono no início do artigo é uma delas, é versátil e pode ser encontrada em mercados e empórios.
Outras opções menos populares são o alho negro, que inclusive é o ingrediente-base dessa alternativa ao café:
Há ainda o tomate preto:
A semente de gergelim (sésamo, em Portugal) preto pode ser triturada e usada em pó como corante ou inteira para dar um toque negro aos pratos. E claro, os mais comuns ainda são o café e o cacau que, apesar de não serem completamente pretos, podem escurecer qualquer preparação.
O uso do carvão é polêmico e faltam estudos quanto ao seu efeito e em que quantidades ele pode ser benéfico ou não. O fato é que certamente ele continuará sendo usado na indústria… e no seu churrasco. Então desfrute dos alimentos pretos e boa Black Friday!
Referências: Geek Publicitário, Bloomberg, Well and Good, Eater, BBC, News 4, Oddity Central, News.au, GreenMe, Panelaterapia, PNGTree
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