Por que só reconhecemos o sucesso e escondemos o fracasso? A falha é oportunidade de aprendizado. O Museu do Fracasso nasceu para acabar de vez com o estigma dos erros.
Há quem diga que 80% dos novos produtos falha. De onde saiu esse número? Uma Pesquisa Nielsen de 2011 realizada com mais de 200 empresas chegou perto disso: 85% dos lançamentos fracassa.
Três anos depois outra pesquisa, dessa vez liderada por um professor que tive no mestrado (disciplina de Data Driven Innovation – Inovação Baseada em Dados) com mais de 450 empresas encontrou algo totalmente diferente: apenas 40% dos lançamentos são insucessos. E essa taxa é praticamente a mesma desde a década de 60.
O que é fracasso?
Fracasso é não vender nada? É vender menos do que o que foi projetado? E quando a expectativa de vendas é muito alta? É receber muitas reclamações? O conceito é muito relativo e poderíamos discutir o assunto por vários artigos.
Para mim, fracasso é falhar e não tirar aprendizado disso, não entender o que deu errado e como fazer melhor para a próxima. Um produto/serviço que falha é aquele que não atende uma necessidade do cliente, não resolve um problema. Lembrando que necessidade nem sempre é básica como a de matar a fome, pode ser uma necessidade emocional, um desejo de status, etc. Já viu a Pirâmide de Maslow das necessidades humanas?
Lançamentos fracassam de diversas formas, mas há alguns casos tão famosos que se tornam exemplos. O psicólogo Samuel West coleciona vários desses produtos e abriu o Museum of Failure (Museu do Fracasso) na Suécia.
Não se engane, não tem nada de depressivo nisso, não é um lugar para chorar sobre o leite derramado. É sim, uma experiência de aprendizado. Ele quer que as pessoas entendam que para inovar e evoluir é preciso aceitar que o fracasso faz parte do processo.
“O sucesso é ir de fracasso em fracasso sem perder entusiasmo.” (Winston Churchill)
A ideia veio quando ele visitou outro museu na Croácia, o Museum of Broken Relationships (Museu das relações quebradas). Nos EUA existe também o Museu da Arte Ruim.
Por enquanto, são 60 objetos e alguns, claro, são da área de alimentos, como é o caso da Lasanha Colgate (sim, a marca de pasta de dentes!).
Ruffles Wow, feita com Olestra, uma gordura artificial que provocou diarréias nos consumidores.
E a Satisfries do Burger King: consumidores queriam um produto saudável, mas quando o receberam não gostaram da textura mais seca e firme.
O Breakfast Mates deu errado porque era feito para crianças e elas não conseguiam abrir as embalagens.
“A aprendizagem é o único processo que transforma a falha em sucesso”, diz West, o criador do museu.
Você lembra de mais algum fracasso alimentar?
Referências: O Estado de São Paulo, Quartz, CB Insights, Business Insider, Bevnet, Gizmodo, Inc., Bolt Blog, New Product Success, Food Navigator
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