Nos últimos 65 anos a produção de plástico aumentou mais de 180 vezes e apenas 5% disso é reciclado. Boa parte desses materiais termina nos oceanos. E se as garrafas de plástico tivessem um destino diferente? Agora elas vão para o telhado!
Donald Thomson, um empreendedor canadense lançou na Costa Rica a A’gua, uma marca de água engarrafada. Aparentemente, a A’gua é só mais uma na multidão das garrafas de plástico, mas a sua diferença está precisamente na garrafa. Sim, é de plástico PET como as outras, mas possui um formato diferente, feito especialmente para se transformar numa telha depois de utilizada.
Após o uso, as garrafas de plástico vazias são enchidas com um isolante composto por uma mistura leve de concreto e resíduos de papel que podem ser tingidos para imitar mármore, ardósia ou telha cerâmica. A empresa já realizou testes também com palha de milho, um resíduo agrícola abundante na região, como alternativa para o enchimento das garrafas.
O mais curioso nessa história é que o empreendedor jamais se imaginou na indústria da água, especialmente a engarrafada, conhecida por ser tudo menos sustentável.
Após a sua mudança para a Costa Rica e através da sua empresa de construção de casas a preços acessíveis, ele e a sua esposa fundaram uma comunidade e uma escola de música para crianças. Mas foi ao organizar um grupo de voluntários com os estudantes para fazer limpeza numa praia que então percebeu a quantidade de garrafas de plástico recolhidas.
Este foi o impulso que faltava para o projeto A’gua. A partir de então, Thomson criou uma nova organização, a Center for Regenerative Design and Collaboration, cuja missão é harmonizar as necessidades da população e o impacto ambiental, estimulando a economia circular.
Após muitos protótipos, testes e tentativas de produção, Thomson descobriu que o primeiro formato de garrafa resultava em 70% de reprovação devido à dificuldade da máquina realizar o formato perfeito. Finalmente, após quase 2 anos, surgiu a versão que ele agora apresenta e esta já está patenteada, juntamente com o método de construção e montagem das mesmas formando o telhado.
Com a colaboração de estudantes da Universidade de Seattle, nos EUA, foi desenvolvido um dispositivo manual para amassar as garrafas vazias, de modo a que elas adquirissem o formato certo das telhas. Cada telhado das casas populares construídas pela sua empresa consome cerca de 10 000 garrafas e a durabilidade é de até 50 anos.
E o restante da casa? Veja nesse post aqui!
Referências: Digital Trends, Fast Company, Folha de São Paulo
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