Comida do amanhã: como a mudança climática altera nossa alimentação

Comida do amanhã: como a mudança climática altera nossa alimentação

E se pudéssemos comprar a comida do amanhã? Esta é a proposta da Products of Tomorrow, uma loja com produtos tal qual eles serão no futuro, afetados pelas mudanças climáticas.

O Acordo de Paris, que limita o aquecimento global, deveria ser um marco no comprometimento dos países com o meio ambiente. Infelizmente várias nações limitaram suas metas de redução de emissões de carbono, incluindo os EUA, um dos maiores poluentes do mundo.

Para alertar quanto ao problema, a agência de publicidade África e The Nature Conservancy Brasil estão promovendo a campanha Products of Tomorrow” (Produtos do Amanhã) no Facebook. Anúncios de uma loja web com produtos baseados numa perspectiva realista do impacto do aquecimento global na vida cotidiana. Um protetor solar SPF 350 para quando a terra estiver mais quente e uma maçã feita com 3% de fruta real, quando o cultivo de alimentos orgânicos será quase impossível, são exemplos do que você encontra lá.

comida do amanhã

“Você ainda não precisa deste produto. Compartilhe esta mensagem e, juntos, vamos mudar o amanhã.”

Allie Wist, diretora de arte da revista Saveur fez o projeto de arte “Inundado“, um ensaio fotográfico de ficção (baseado em dados científicos reais) sobre um jantar quando as temperaturas e os níveis do mar subirem, a água inundar as cidades costeiras, aumentar a acidificação das águas e desoxigenação.

comida do futuro

Salada de água-viva; Galinha assada com cogumelos; Anchovas salgadas, Ostras

Teremos de adotar várias técnicas de conservação. Com desertos feitos de ágar (gelatina à base de algas), aquicultura, uma proliferação de bivalves, que atuam na filtragem de água do oceano e alimentos enlatados ou em conserva.

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Esquerda: cogumelos – fonte de alimento e podem absorver toxinas do solo. Direita: Pudim de agar-agar com creme de alfarroba, possível substituto para o cacau. 

Os problemas decorrentes do aquecimento global já acontecem agora. Temperaturas anuais mais altas produzem frutas com mais açúcar e menos ácido, resultando em vinhos com 1 a 2 por cento maior teor alcoólico. Os vinicultores agora trabalham regularmente com leveduras projetadas para metabolizar otimamente essas maiores taxas de açúcar.

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Algumas regiões serão tão quentes que deixarão de produzir, enquanto outras nunca consideradas entrarão no circuito. Poderemos deixar de ter vinho de Bordeaux, na França e passar a ter vinhos da Islândia, por exemplo.

O clima quente também já afeta a produção de cacau e conservação do chocolate (falamos sobre isso nesse post aqui, sobre o chocolate que não derrete).

Infelizmente a comida do amanhã já chegou hoje.
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