Com a correria do dia-a-dia é fácil esquecer o essencial. O que é essencial? Cuidar de nós mesmos e da nossa saúde.
Aliás, os carros são equipados com sensores que avaliam os indicadores vitais do veículo, apontando a necessidade, por exemplo, de trocar o óleo. Então, por que não monitorizar o nosso corpo da mesma forma? Com a nova geração de adesivos para a pele, chamados de biostamps, esse cuidado tornou-se mais fácil.
O que é a tecnologia biostamps?
A americana MC10 é especializada em biostamps, adesivos com sensores para o corpo. Estes adesivos são tão finos que também podem ser denominados por tatuagens temporárias e podem ficar na pele durante uma semana.
Os biostamps são dispositivos flexíveis que incluem circuitos elétricos e os dados são transmitidos por NFC (near-field communication), a mesma frequência utilizada nos celulares.
O sensores instalados no interior do adesivo controlam a exposição do nosso corpo aos raios ultravioleta do sol, além disso, detecta substâncias químicas no suor, e, por fim, controla a pressão sanguínea.
O objetivo destes biossensores é analisar as nossas funções vitais e de saúde de uma forma constante, evitar um check-up anual cheio de exames, e tratar qualquer anomalia logo quando surge, evitando tratamentos mais caros, invasivos e complexos mais tarde.
Atualmente esses adesivos já são usados em medidores de glicemia, enviando os resultados para o smartphone do paciente.
Inúmeras funções
A L’Oréal está a desenvolver um biostamp em conjunto com a MC10. Trata-se de um dispositivo que analisa a hidratação da pele para futuramente testar a eficácia dos seus cosméticos e estudar as alterações na irrigação da pele com o passar da idade.
Outra linha de investigação desta tecnologia é a utilização dos biostamps para medir o nível de stress em controladores de voo e a qualidade do sono em pacientes.
Feridas na pele podem causar infeções muito graves. Por isso, uma equipe da Universidade de Berkeley, na Califórnia, está a trabalhar num adesivo eletrônico que detecta danos na pele antes mesmo destes se tornarem visíveis. Isso é possível porque as alterações elétricas causadas pela morte celular são captadas pelo curativo.
Adesivos e mais adesivos
Antes de mais nada, um dos maiores desafios que temos ao falarmos de um dispositivo que nos dê feedback sobre nossa saúde é: eles precisam de energia.
Um smartwatch, por exemplo, tem uma bateria útil de umas 24h (se for um bom smartwatch). Assim, não é o ideia para uma pessoa que precisa monitorar sua saúde 24/7.
Pensando nisso, pesquisadores da Universidade de Stanford desenvolveram outro sistema. Trata-se de um sensor adesivo chamado BodyNet, que coleta energia e transmite dados usando uma conexão RFID. Dessa forma, ele mede mudanças sutis na pele que fornecem dados como batimentos cardíacos, frequência respiratória ou atividade muscular.
O receptor usa Bluetooth para enviar dados para um smartphone ou PC.
+ Tecnologia = + Saúde
Em conclusão, é visível que a inovação está cada vez mais ao serviço da melhoria da nossa qualidade de vida, concorda?
Tantas condições e doenças podem ser evitadas ou melhor tratadas quando se tem a informação certa sobre elas logo no início?
Essas informações agora podem estar tão distantes quando uma olhadinha no adesivo colado no seu pulso.
PS: Artigo originalmente publicado na minha coluna no site Noctula Channel em 14/01/2017. Esitado, atualizado e publicado aqui em 04/01/2024.
Referências: Spectrum IEEE, Digital Trends
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